Desa. Salete, em Canoinhas: preso precisa ser socializado e não ressocializado - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

A desembargadora Salete Silva Sommariva, titular da Coordenadoria de Execução Penal e Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (Cepevid), em passagem por Canoinhas, voltou a enfatizar sua preocupação com o sistema prisional catarinense, assim como reiterou a necessidade de os apenados desenvolverem atividades laborais e educacionais intramuros. Em contato com a imprensa local, a magistrada propôs até mesmo uma reformulação de conceitos na política de Estado que trata dos presidiários.

"Acho que devemos mudar a expressão ressocializar para socializar; muitos daqueles que lá estão não tiveram qualquer acesso aos bancos escolares, aos postos de saúde, aos bens de consumo mais simples", diagnosticou. A desembargadora não teve oportunidade de visitar a Unidade Prisional Avançada de Canoinhas, mas, pelas informações que obteve, trata-se de um presídio sem registro de superlotação e com parte dos reeducandos no exercício de atividades profissionalizantes. Em breve, contudo, a partir do cronograma da Cepevid, a desembargadora deve voltar à região para um contato mais próximo. Ela também destacou que o futuro presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandoswki, em um de seus primeiros pronunciamentos oficiais, posicionou a questão carcerária no país como ponto de preocupação de sua gestão.

Ainda em Canoinhas, o desembargador Jaime Ramos, coordenador do Conselho Gestor do Sistema de Juizados Especiais e Programas Alternativos de Solução de Conflitos do TJ, além de conversar com magistrados locais sobre seus planos futuros, aproveitou a oportunidade para pequeno exercício de saudosismo. Ele pôde rever sua foto no mural dos juízes titulares daquela centenária comarca, ao lado de diversos colegas, muitos deles hoje também no Tribunal de Justiça.

O então juiz Jaime Ramos exerceu a judicatura de 1º grau na comarca de Canoinhas entre 22 de março de 1988 e 1º de novembro de 1990. Foi, segundo dados locais, o 28º juiz titular daquela unidade judiciária. Servidores e advogados da época aproveitaram a oportunidade para revê-lo antes e depois da solenidade de assinatura do edital de licitação para a construção do novo Fórum de Canoinhas.