Empoderadas, mulheres já representam 60% da força de trabalho no Poder Judiciário de SC - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina
- Homenagem
Para celebrar as conquistas desta luta histórica em busca de condições equiparadas às dos homens, o mês de março é dedicado às mulheres. Uma demonstração deste avanço está no número de colaboradoras do Poder Judiciário de Santa Catarina (PJSC). Das 12.532 pessoas distribuídas no Tribunal de Justiça e nas 112 comarcas, 60% são magistradas, servidoras e estagiárias. Uma das primeiras magistradas brasileiras foi a juíza Thereza Grisólia Tang, que presidiu o PJSC de dezembro de 1989 a março de 1990. Desde então, as mulheres começaram a aparecer nos cargos de direção da Justiça catarinense.
Atualmente, a desembargadora Denise Volpato, corregedora-geral da Justiça, ocupa o posto mais importante entre as mulheres. Responsável por orientar, apoiar e fiscalizar magistrados e servidores, a corregedora-geral anota que a ampla participação das mulheres no mercado de trabalho é uma realidade que se reflete no corpo funcional do Poder Judiciário catarinense, hoje composto de uma maioria feminina. “Trata-se, inclusive, de consequência inevitável decorrente da própria evolução histórica, na qual a igualdade de direitos (homens e mulheres) está sendo cada vez mais reconhecida”, afirmou.
A corregedora-geral lembra que ingressou na magistratura há 35 anos, quando havia menos de 20 mulheres no cargo de juíza. Hoje, elas representam cerca de 1/3 dos 529 magistrados ativos. “Apesar de indicar progressivo avanço, os dados revelam que ainda são poucas mulheres a ocupar cargos de direção institucional. Em 130 anos somente três mulheres, por exemplo, foram eleitas para exercer a função de corregedora-geral da Justiça. Há, sem dúvida nenhuma, espaço para muitas mulheres ainda dentro do Poder Judiciário. E é fundamental que esse quadro evolua ainda mais para que as mulheres ocupem espaços em todos os âmbitos desta instituição”, incentiva a desembargadora corregedora.
Com 60% da força de trabalho do Judiciário catarinense, as mulheres também estão representadas em cargos de liderança. Elas estão na presidência das câmaras de recursos do 2º grau e das Turmas Recursais, assim como na direção de fóruns e no comando das diretorias do próprio Tribunal de Justiça. A Diretoria de Material e Patrimônio (DMP), que é liderada pela servidora Graziela Cristina Zanon Meyer Juliani, reflete o aumento da presença feminina em cargos de direção, chefia e assessoramento.
“Na DMP, são 19 cargos no total, 10 deles ocupados por profissionais mulheres que conduzem os processos de contratação e logística do PJSC e, além disso, são também estudantes, filhas, mães, atletas, professoras, esposas e tudo mais que se dispuserem a ser. Desempenham com maestria a arte de equilibrar vida pessoal e profissional e trazem, com isso, bons resultados ao PJSC. Sinto-me orgulhosa de ser mulher e estar à frente desta equipe”, comemora a diretora.
'Ganha a sociedade em civilidade'
Para a juíza Maira Salete Meneghetti, diretora do Departamento da Mulher da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC), a tão desejável equidade de gênero ainda não é realidade na magistratura. “Se por um lado, ao longo do caminho e dos anos passamos a representar um percentual maior na base da carreira, por outro a ascensão na hierarquia institucional representa um desafio de evolução, porque não obedece à mesma proporção ou intensidade. Não obstante, o gênero feminino na magistratura catarinense está dignamente representado. Em todas as áreas de atuação há mulheres corajosas e comprometidas com o ideal de Justiça, que nos moveu até aqui”, destaca a diretora da AMC.
Magistrada há 25 anos, a diretora da AMC é titular da 4ª Vara Cível da comarca de Chapecó e apresenta suas percepções sobre a equidade de gênero. “A sensibilidade feminina, longe de ser um entrave, representa um ganho de qualidade na humanidade das decisões. Não há perdas quando se almeja a igualdade de oportunidades e de tratamento entre homens e mulheres. Ganha cada um e sobretudo a sociedade em civilidade. Essa continua sendo a trilha das magistradas catarinenses”, completa.
Desembargadoras do TJSC
Conheça abaixo todas as desembargadoras que já passaram e seguem a fazer história e justiça no PJSC, desde o ingresso da então juíza Thereza Grisólia Tang nos quadros do Tribunal de Justiça de Santa Catarina no histórico dia 15 de outubro de 1975. Pioneira, ela abriu caminho para tantas outras mulheres ingressarem na magistratura catarinense, onde já representam 1/3 da categoria.
Desembargadoras Posse Desligamento
Thereza Grisólia Tang 15/10/1975 10/2/1992
Salete Silva Sommariva 31/3/2003 14/1/2023
Maria do Rocio Luz Santa Rita 8/3/2005
Marli Mosimann Vargas 31/10/2007 1/8/2016
Rejane Andersen 7/11/2008
Soraya Nunes Lins 7/12/2010
Sônia Maria Schmitz 7/12/2010
Denise Volpato 30/10/2013
Vera Lúcia Ferreira Copetti 7/12/2016
Janice Goulart Garcia Ubialli 10/3/2017
Cláudia Lambert de Faria 10/3/2017
Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer 10/3/2017
Rosane Portella Wolff 2/6/2017
Denise de Souza Luiz Francoski 18/8/2017
Hildemar Meneguzzi de Caravalho 6/4/2018
Haidée Denise Grin 31/8/2018
Bettina Maria Maresch de Moura 29/10/2020
Ana Lia Barboza Moura Vieira Lisboa Carneiro 17/12/2020
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)