Voltar Estagiária da comarca de Joinville será intérprete de língua de sinais em audiência

Em mais um dia normal de trabalho no setor psicossocial do fórum da comarca de Joinville, a estagiária Daisy Martins de Oliveira recebeu no e-mail corporativo uma mensagem interna que para ela soou como um chamado. Alguém precisava ser ouvida, e ela soube que podia dar a voz. A 2ª Vara da Família procurava por um servidor(a) para ser intérprete em uma audiência. Daisy, além de acadêmica de Serviço Social e Direito, também é fluente em libras, e rapidamente respondeu o comunicado se prontificando.

“Sabemos que a terminologia jurídica é de difícil compreensão para as pessoas que não são do meio. Uma pessoa com deficiência auditiva muitas vezes escreve da forma que fala, de modo que a sua leitura pode restar prejudicada por esse conflito de linguagem. No âmbito do Serviço Social vemos como as intervenções são importantes e como ajudam na emancipação dos sujeitos. Assim, quando recebi o e-mail percebi que atendia os quesitos para poder auxiliar a parte, por ser capacitada e conhecer as suas dificuldades”, explica.

“O objetivo é sempre aproximar o cidadão do judiciário. Na Vara da Família tramitam processos que lidam diretamente com o núcleo da sociedade, com o futuro das crianças, com sentimentos, assim precisamos dar voz aos jurisdicionados, não apenas por meio das peças técnicas. Então é preciso que a parte se expresse de maneira plena”, enfatiza o juiz Luiz Carlos Cittadin da Silva, titular da 2ª Vara da Família da comarca de Joinville.


 

Daisy é deficiente auditiva unilateral e sua irmã bilateral, por isso ela ressalta conhecer bem as vulnerabilidades que a comunidade surda enfrenta no seu cotidiano. “Devido a minha experiência pessoal vivencio junto com eles as dificuldades. Dependendo do grau da deficiência é criada uma co-dependência familiar, pois, em diversos serviços públicos e particular dificilmente o deficiente auditivo encontra uma pessoa capacitada para atender suas necessidades em pedidos considerados simples, como marcar uma consulta por exemplo. Então fico muito feliz em poder contribuir e ajudar aqueles que possuem um grau de deficiência maior que a minha”.

A audiência está com data a ser definida, mas desde já o magistrado engrandece a disponibilidade da estagiária em colaborar. “Descobrimos um talento dentro do Judiciário, e devemos valorizar a empatia que ela teve. Ao final a parte se sentirá acolhida, ouvida pelo Judiciário em sua totalidade, com seus direitos preservados e respeitados”, finaliza.

Imagens: Divulgação/Freepik
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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