As sessões do Tribunal do Júri voltaram a ocorrer nas comarcas catarinenses após o período de recesso forense. A primeira delas teve início às 8h desta segunda-feira, dia 13, com o julgamento de dois irmãos acusados de quatro homicídios e outras seis tentativas de homicídio, ocorridos na linha Doze de Novembro, interior de Campo Erê, no Extremo Oeste.
Após o sorteio dos jurados, foram ouvidas três testemunhas antes do intervalo do almoço. A oitiva prosseguiu à tarde. Oito testemunhas foram dispensadas. A segurança no fórum foi reforçada para garantir o bom andamento dos trabalhos. Os dois réus são irmãos acusados da morte de quatro pessoas e outras seis tentativas de homicídio no interior do município. Servidores e magistrados estão preparados para a possibilidade de o júri se estender por mais de um dia.
Além deste, outros júris populares serão realizados até o fim da semana. Confira abaixo o resumo dos casos:
13 de janeiro - Na noite de 21 de janeiro de 2023, em Campo Erê, após o suicídio de seu irmão, dois homens teriam cometido crimes por vingança contra familiares e conhecidos da esposa do falecido, que havia pedido divórcio. Um dos acusados teria manifestado a intenção de vingança e o outro realizado disparos com espingarda num bar e numa residência próxima. Quatro pessoas morreram, incluindo parentes da mulher, e outras cinco ficaram feridas, entre elas uma criança. A esposa conseguiu se esconder em outra cidade. O caso está sob segredo de justiça.
14 de janeiro – Na comarca de Fraiburgo, no Meio-Oeste, um homem será julgado por suposta tentativa de feminicídio contra a ex-companheira, com quem conviveu por vinte anos. Conforme consta nos autos, o crime ocorreu em 7 de fevereiro de 2024, cerca de um mês depois da separação do casal. O réu teria ido até a casa da vítima, arrombado a porta e desferido contra a mulher diversos golpes de facão. Os vizinhos intervieram, e a vítima foi socorrida e encaminhada ao pronto-atendimento médico. O crime teria sido praticado, segunda a denúncia, por motivo torpe, uma vez que se deu em razão do descontentamento com a separação. O acusado ainda responde pelo crime conexo de descumprimento de medida protetiva de urgência. A ação está em segredo de justiça.
15 de janeiro – Em Gaspar, um réu será julgado nesta semana pelo Tribunal do Júri, acusado de homicídio qualificado por motivo fútil e pela utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima. Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o crime ocorreu no dia 20 de abril do ano passado, no bairro Bela Vista. Na ocasião, a vítima teria saído de sua residência, em Gaspar, para levar o filho a uma festa em Blumenau. No retorno, supostamente se envolveu em uma discussão com o acusado e outros indivíduos devido ao som alto em um veículo. De acordo com o MPSC, durante a discussão, a vítima utilizou seu carro para colidir com um dos homens, que caiu ao chão. Após o incidente, ao retornar para casa, ela teria sido perseguida e agredida com diversos golpes de faca na região do tórax e das costas, o que resultou em sua morte. O processo, que tramita sob sigilo na Vara Criminal da comarca de Gaspar, será analisado pelo júri popular.
16 de janeiro - Dois irmãos, denunciados por homicídio qualificado por motivo torpe, serão submetidos a julgamento perante o Tribunal do Júri da comarca de Pomerode, no Vale do Itajaí. O crime ocorreu em 16 de março de 2024, no bairro Ribeirão Areia. Segundo a denúncia apresentada pelo MPSC, o homicídio teria sido motivado por desentendimentos decorrentes de um breve relacionamento entre um dos acusados e a ex-companheira da vítima. Consta na denúncia que no dia do crime, após uma discussão entre a vítima e um dos denunciados, que incluiu agressões físicas e danos ao veículo do acusado, os irmãos teriam retornado ao local armados com uma faca. Durante o confronto, um dos réus teria dado um soco na vítima, enquanto o outro teria desferido o golpe fatal no tórax da vítima. Os irmãos foram localizados dois dias depois a 2 mil quilômetros de distância, na cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, e presos preventivamente. O processo tramita sob sigilo na 2ª Vara da comarca de Pomerode.