Voltar Museu do Judiciário abre exposição sobre a criação literária com suporte histórico

O Museu do Judiciário Catarinense participa de mais uma "Primavera dos Museus", promoção de âmbito nacional do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) que, em sua 10ª edição, propõe como tema o desafio de pensar os museus como agentes fundamentais da economia da cultura. Segundo o Ibram, aliás, os museus são espaços de trocas e construções socioculturais e contribuem com a cadeia produtiva da cultura de modo sustentável.

O Museu do Judiciário, neste sentido, abre na próxima segunda-feira (19/9), em sua sede no Tribunal de Justiça, a exposição "O Museu como espaço para a criação literária". E lança luz sobre inúmeras obras, inclusive clássicos da literatura mundial, que só puderam ser produzidas a partir da consulta de seus autores aos arquivos judiciais da época. Exemplo maior, por exemplo, ocorrido em meados do século XIX, quando o escritor russo Fiódor Dostoiéviski dedicou-se à pesquisa em arquivos judiciais para, baseado em um processo criminal, conceber a consagrada obra "Crime e Castigo".

Tal busca documental ocorreu em diversas outras partes do mundo, inclusive no Brasil, e em Santa Catarina não foi diferente. Vários estudiosos e escritores recorreram aos arquivos judiciários na tentativa de encontrarem documentos capazes de inspirar novas obras literárias. Muitos desses buscaram documentos, tanto do século XVIII quanto dos séculos XIX e XX, nos acervos documentais do Museu do Judiciário catarinense. A análise de massas documentais preservadas nesse museu tornaram possíveis as mais variadas pesquisas. Algumas delas resultaram em novos produtos, tal como o livro.

São exemplos de escritores que pesquisaram no Museu Judiciário catarinense: O Vôo das Curucacas, de Ismênia Ribeiro Schneider; As lideranças do Contestado, de Paulo Pinheiro Machado; Victor Meirelles, Biografia e Legado, de Teresinha Sueli Franz; Arqueologia da Escravidão numa vila litorânea: vestígios negros em São Francisco do Sul, de Fernanda Mara Borba; e Januário Garcia Leal em Santa Catarina - O Temido "Sete Orelhas", de Marcos Paulo Miranda e Tânia Kotcherguenko. Nesta edição da Primavera dos Museus, portanto, o Museu do Judiciário dedicará sua atenção ao conjunto de obras literárias baseadas em documentação nele pesquisada. A exposição seguirá até o dia 30 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 12 às 19 horas, aberta ao público em geral (com informações do historiador Adelson André Bruggemann).

Imagens: Divulgação/Museu do Judiciário
Conteúdo: Américo Wisbeck, Ângelo Medeiros, Daniela Pacheco Costa e Sandra de Araujo
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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