Voltar Servidora com visão monocular celebra programa acolhedor do Judiciário catarinense 

De 130 servidores PcDs do PJSC, 40 possuem visão monocular

Com apenas um ano de idade, um tumor tirou a visão do olho direito da servidora Gabriela Büttner. A partir de então, ela precisou passar por uma cirurgia - para enucleação do globo ocular e colocação de uma prótese interna - e levou muitos anos até falar com serenidade da sua condição. No domingo, dia 5, data em que é celebrado o Dia Nacional da Pessoa com Visão Monocular, a joaçabense lotada em Tangará, no Meio-Oeste, aproveitará para recordar e comemorar o acolhimento recebido quando ingressou no Poder Judiciário catarinense, em 2020.

“Fui surpreendida positivamente com o ato acolhedor do Judiciário. Quando ingressei, logo no primeiro dia, teve uma conversa com uma equipe de integração, que contava com uma pessoa da ergonomia, uma psicóloga e uma pessoa da área de tecnologia. Por causa da minha condição, foi frisada a preocupação com o descanso da visão. O Judiciário sempre me deu todo o suporte e auxílio que preciso”, conta. Para ter condições adequadas de trabalho, Gabriela, que atua remotamente, recebeu uma tela maior e a orientação de fazer uma pausa a cada 50 minutos.

A visão monocular é caracterizada quando o indivíduo tem visão igual ou inferior a 20% em um dos olhos, enquanto no outro mantém visão normal. Desde 2021, a Lei n. 14.126 garante à pessoa que enxerga com apenas um olho os mesmos direitos e benefícios das pessoas com deficiência.

As pessoas monoculares têm dificuldades com noções de distância, profundidade e espaço, o que prejudica a coordenação motora e, consequentemente, o equilíbrio. “Esse espaço de fala é de extrema importância, pois a visão monocular é, muitas vezes, uma doença oculta. Então o que acontece? A gente está sempre se adequando e parece que as pessoas têm dificuldade de entender que nós temos uma condição diferenciada, por isso a importância, também, do uso do cordão de girassol para promover a equidade”, explica Gabriela.

O Poder Judiciário catarinense tem atualmente, em seu quadro de pessoal, aproximadamente 130 servidores com deficiência (PcDs). Deste total, 40 possuem visão monocular - o maior grupo entre as pessoas com deficiência da instituição.

Para dar suporte a essa e outras deficiências, o Judiciário de Santa Catarina conta com o programa Integra, criado em 2019 para promover a inclusão e acessibilidade de colaboradores e dos cidadãos catarinenses com deficiência física, visual, auditiva, mental/intelectual e neurodiversidades. Desde então, o olhar atento e as ações planejadas de uma equipe multidisciplinar têm proporcionado condições mais adequadas para o desempenho das atividades profissionais.

Sobre o programa

As atividades do Integra são conduzidas por equipe multidisciplinar que atua para promover acolhimento, integração, ambientação e disponibilização de estrutura e recursos para o desenvolvimento da atividade laboral. A atuação segue as diretrizes da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.

Uma das primeiras ações implementadas pelo programa foi a realização de entrevista biopsicossocial com os novos servidores PcDs, de forma a receber de forma humanizada as pessoas com deficiência que ingressam na organização. Ainda, a equipe do Integra tornou o site institucional mais acessível e criou um espaço específico para o programa dentro do Portal do Servidor. 

Imagens: Divulgação/TJSC
Conteúdo: NCI/Assessoria de Imprensa
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