Servidora do Judiciário de SC encanta e emociona com arte sacra que produz em sua casa - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

O Dia Mundial do Artesão foi comemorado neste mês, no último dia 19 de março. Para alguns uma profissão, para outros uma terapia e, para todos, um talento colocado em prática que encanta. Admiradora do artesanato, a assistente social Márcia Lúcia Weber, da comarca de Cunha Porã, encontrou na fé a maneira de entregar amor aos novos clientes. E foi assim que, em 2019, iniciou sua história na arte sacra. Além de uma renda extra, Márcia encontrou um excelente tratamento para a saúde mental.

Hoje, com 23 anos de serviços prestados ao Poder Judiciário de Santa Catarina, a assistente social se diz realizada com a profissão que escolheu. “Prestei concurso para assistente social do PJSC por ser reconhecido como uma instituição confiável e que promove a solução de conflitos com efetividade. Amo a minha profissão e me orgulho de fazer parte do Judiciário Catarinense”, avalia.

Em busca de uma “válvula de escape” para o estresse, no contraturno do expediente forense, começou a preparação dos santos em gesso. “Inicialmente, sem qualquer experiência, assistia alguns vídeos na internet, por conta da dificuldade de cursos presenciais. Com algumas dicas, busquei por fornecedores de peças cruas de gesso e adquiri o material básico necessário. Comecei presenteando alguns familiares e amigos e logo a notabilidade dessa arte se espalhou, quando pessoas da região e até de outros estados do Brasil passaram a fazer pedidos”, comemora.

O que começou como terapia, agora evoluiu para um problema bom. Márcia revela que está com dificuldade para atender todos os pedidos por conta da grande demanda. Por ser artesanal, todo o processo é melindroso e delicado. “A customização de imagens sacras demanda estudo, dedicação, amor e inspiração. Felizmente encontrei alguns cursos na área e tenho me aperfeiçoado a cada dia e nada mais gratificante do que espalhar amor e fé em forma de arte. É um mundo maravilhoso de técnicas, conhecimento, cores e histórias de vida”, conta.

A assistente social forense diz que os relatos que recebe dos clientes é um grande motivador para seguir com a arte. Quem adquire e quem recebe como presente não esconde a emoção. O magistrado Klauss Corrêa de Souza, hoje lotado na 2ª Vara Cível da comarca de Laguna, no sul do estado, conheceu o trabalho de Márcia quando atuou em Cunha Porã. Além da grande amizade entre eles, o juiz também se tornou um dos principais clientes da servidora e artesã.

“Quando vi as peças, logo encomendei uma para mim. Na sequência, adquiri outras três para meu pai e outros familiares. A delicadeza e qualidade do trabalho da Márcia são impressionantes. A partir de então, faço uma grande compra todos os anos. No final do ano sempre vinha a dúvida do que presentear colegas, familiares, amigos e pessoas especiais. O artesanato dela trouxe um novo significado para o ato de presentear, seja no aniversário e, principalmente, no Natal. Isso me faz muito bem e quem recebe também sente de uma maneira diferente do que qualquer outro presente. A imagem de Nossa Senhora Aparecida é a minha favorita”, divide o magistrado.

A chefe de cartório da comarca de Cunha Porã, Denise Pissatto, visitou o local de produção da colega, montado em um espaço da própria casa. Foi uma experiência a mais para a também cliente e amiga. “As peças são maravilhosas, ricas em detalhes e o acabamento é perfeito! Tive a oportunidade de ver de perto o ateliê dela. É um lugar sossegado, aconchegante e super organizado. Traz paz!”, revela Denise.

As redes sociais também são utilizadas para espalhar a mensagem de fé que a arte da servidora difunde. Uma grande mobilização acontece entre os mais de 25 mil seguidores do perfil do ateliê Flor de Maria, no Instagram. O nome é uma homenagem à mãe de Márcia, que se chama Maria e ama flores. A servidora e artesã diz que já entregou mais de 1600 peças e, caso não possua em estoque a imagem desejada pelo cliente, ela providencia com os fornecedores de peças cruas situados em Curitiba, Minas Gerais e Goiânia.

Agora, precisando de menos remédios e com a ansiedade controlada, Márcia diz ter recuperado a sensação de bem-estar. “Sou só gratidão! Sinto que levo amor e fé para as pessoas, em forma de arte. É maravilhoso !”