Trabalho do PJSC é destaque em fórum internacional sobre direitos da criança, no Canadá - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

Notícias

Voltar Trabalho do PJSC é destaque em fórum internacional sobre direitos da criança, no Canadá

Servidora de Joinville apresentou pesquisa sobre percepções de crianças institucionalizadas

12 Junho 2025 | 15h34min
  • Infância e Juventude

As barreiras impostas por diversos idiomas desconhecidos são superadas quando há um importante interesse em comum. A assistente social forense da comarca de Joinville, Cláudia Viana, teve essa experiência ao participar do “Forum International Sur Les Droits de L’enfant”, em português “Fórum Internacional sobre os direitos da criança: experiências globais e locais”, sediado na Université de Moncton, no Canadá. A servidora foi uma das pesquisadoras selecionadas pela comissão organizadora do evento a apresentar reflexões analíticas decorrentes de sua pesquisa etnográfica com crianças institucionalizadas, com as quais trabalha diretamente através de sua atuação na Vara da Infância e Juventude.

O estudo de Cláudia acontece em virtude do doutorado em Antropologia, que cursa na Universidade Federal de Santa Catarina. Com o trabalho intitulado “Des chemins imprévus et les processus de subjectivation de l’enfance institutionnalisée” (Os caminhos inesperados e os processos de subjetivação da infância institucionalizada), a servidora ressaltou, além do sofrimento psíquico que emerge dos processos de acolhimento institucional, os movimentos de resistência por parte dos acolhidos às lógicas hegemônicas de natureza biomédica; suas falas; movimentos corporais e comportamentais; e suas estratégias de fuga, de aliança e concordância com a norma vigente, e de reconstrução identitária cultural subjetivas em meio ao contexto institucional.

A principal preocupação da pesquisadora é privilegiar os discursos, movimentos e interações das crianças e adolescentes, o que produz dados etnográficos que valorizam as percepções destes interlocutores sobre suas experiências familiares, de institucionalização e de sofrimento psíquico/social, sem filtros e interpretações que, segundo Cláudia, “geram, não raras vezes, abismos discursivos entre o que a criança diz e o que os agentes do Estado produzem nos documentos oficiais de natureza sociojurídica”.

“Não há como garantir direitos e efetivar políticas de promoção à saúde de crianças e adolescentes institucionalizados se as suas vozes não forem levadas a sério. E para que isso ocorra, em uma sociedade fundada na perspectiva adultocêntrica, é preciso forjar experiências desestabilizadoras de certos protocolos institucionais e criar novos mecanismos de comunicação direta com este público”, destacou Cláudia.

A participação da servidora no evento se deu de maneira online, no último dia 2 de junho. Também participaram o vice-presidente do Comitê dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas, Luis Pedernera, além de outros pesquisadores e militantes da área da infância de diversos países, como Itália, África do Sul, Colômbia, Irlanda, Etiópia e Jordânia.

Instagram

YouTube

Flickr

Atendimento à imprensa e a magistrado(a)s:

Nó: svmlx-liferay-07:8080