Voltar Trabalho voluntário de servidoras vira programa que propõe paz nas escolas de Ponte Serrada 

'Ponte para o Diálogo' beneficiará inicialmente Escola Municipal Antônio Paglia

Depois de cinco anos de palestras voluntárias para mais de mil espectadores – entre alunos, professores, direção e pais –, três servidoras da comarca de Ponte Serrada, no Oeste, tiveram mais um objetivo alcançado na busca pela paz nas escolas. Na noite de terça-feira (16/4), a prefeitura local realizou um seminário de lançamento do programa “PONTE para o diálogo”, inspirado no voluntariado de duas servidoras do fórum e de uma servidora municipal cedida. A ideia é capacitar funcionários públicos, num primeiro momento da educação, para atuarem como mediadores na solução de pequenos conflitos.

O programa traz a mediação como ferramenta de resolução de conflitos capaz de mudar comportamentos, despertar a empatia e fortalecer as relações pessoais, institucionais e sociais por meio do diálogo e da comunicação não violenta. A partir do mês de maio, professores, alunos e técnicos serão capacitados para mediar, na busca de compreender, idealizar e direcionar a solução de pequenos conflitos que ocorrem no ambiente escolar. Uma empresa terceirizada foi contratada para aplicar o treinamento. As atividades serão custeadas com recursos do Fundo da Infância e Adolescência (FIA), do município.

“Após cinco anos difundindo a cultura da mediação, é uma realização sem igual chegarmos a este momento. Não cabe felicidade maior no coração! Só quem conhece realmente a mediação sabe que ela não é apenas uma forma de contornar conflitos, mas uma mudança de comportamento para a vida. Alunos e professores vão entender que é uma forma para viver melhor e que refletirá no dia a dia da comunidade escolar. Que mais pessoas, em outros municípios, possam ter acesso a esse programa”, comemorou a secretária do Juizado Especial – também conciliadora e mediadora –, Debora Catarina Bernardi, uma das idealizadoras do projeto.

De início, as atividades serão desenvolvidas na área da educação do município de Ponte Serrada, a partir da Escola Municipal de Educação Básica Antônio Paglia, num grupo de 40 professores e 20 alunos, com a possibilidade de serem replicadas nas demais escolas municipais e na rede estadual de ensino. O programa terá apoio do Ministério Público e do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente. As três servidoras que idealizaram o projeto atuarão na coordenação das atividades, junto da Secretaria Municipal de Educação.

Participaram da solenidade o secretário de Administração de Ponte Serrada, Cezar Augusto Paglia Cazella; o juiz substituto da comarca de Ponte Serrada, Douglas Braida de Moraes; e o promotor de justiça da comarca, Albert Medeiros Karl, além dos prefeitos de Vargeão e Passos Maia – municípios abrangidos pela comarca –, Volmir Felipe e Osmar Tozzo, respectivamente.

Origens

A gênese do projeto surgiu em meados de 2019, ainda antes da pandemia de Covid-19, quando a então oficial da infância e juventude Edna Cristina Fanfa Galvan e a promotora da comarca de Ponte Serrada à época, Roberta Seitenfuss, buscavam uma ação preventiva diante do alto número de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, 41 – a maioria por envolvimento em violência escolar. Um índice bastante expressivo para uma população pouco superior a 18 mil pessoas, abrangidas na regional do município-sede, Passos Maia e Vargeão.

As duas profissionais conversavam na copa do fórum quando chegou a secretária do Juizado Especial, Debora Catarina Bernardi, que falou sobre as abordagens da mediação escolar, em que os envolvidos nos conflitos conversam sob orientação de uma terceira pessoa e são incentivados a buscar a cultura de paz na escola e a resolução de seus conflitos através do diálogo. E foi assim que a palestra buscada pelas diretorias das escolas sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ganhou reforço. E, de boca em boca, hoje toda a comarca é atendida, e o número de ouvintes beneficiados já passa de mil.

A servidora Edna, atualmente oficial de justiça, explica o ECA e toda a parte legislativa, como o que é considerado ato de conflito com a lei e suas consequências. Na sequência, Debora explana sobre a mediação escolar e propõe a adesão ao projeto. A equipe ainda é composta da assistente social da Prefeitura de Ponte Serrada, Laísa Mendes, cedida ao Poder Judiciário para realização de mediações familiares na comarca. As palestras voluntárias das servidoras continuarão a ocorrer nas escolas e instituições, no contraturno do expediente no fórum. Na semana que vem, uma escola do interior de Passos Maia será beneficiada. 

Imagens: Divulgação/Comarca de Ponte Serrada
Conteúdo: NCI/Assessoria de Imprensa
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