"Nós sabíamos que amor não escolhe idade", destaca mãe que adotou criança de 10 anos - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

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Voltar "Nós sabíamos que amor não escolhe idade", destaca mãe que adotou criança de 10 anos
26 Maio 2021 | 07h24min
  • Adoção

O meu desejo veio desde a adolescência. Não entendia exatamente os motivos, mas sonhava com adoção de crianças maiores. Já adulta, quando casei, tentei ser mãe pelo meio natural, mas não consegui, mesmo fazendo tratamentos de fertilidade. Aí outro fato potencializou essa minha vontade antiga e consolidou minhas certezas: como psicóloga, tive a oportunidade de trabalhar com crianças residentes em casas de acolhimento.

Porque uma coisa é saber que existem, no Brasil, mais de 30 mil crianças e adolescentes vivendo nessas instituições - em Santa Catarina são 1.290, conforme o Sistema Nacional de Adoção (SNA). Outra coisa é conhecer alguns deles, conhecer seus sonhos, suas histórias e seus desejos por um futuro melhor.

Em 2019, meu esposo e eu conversamos sobre o assunto, lemos e pesquisamos bastante, e finalmente decidimos adotar. Não foi uma decisão impetuosa, de uma hora para outra. Foi uma decisão amadurecida na qual decidimos juntos, de mãos dadas.  E então procuramos o Judiciário, juntamos a documentação necessária e demos o primeiro passo em direção da nossa filha: fizemos o curso de pretendentes à adoção promovido pelo Poder Judiciário.

Este curso foi importantíssimo. Ele nos deixou mais atinados à delicadeza da adoção e à importância de uma boa base para a tomada de decisão e para a escolha do perfil. O curso foi dividido em cinco palestras e uma avaliação.

Na primeira palestra, a gente entendeu as questões jurídicas da adoção, o contexto histórico, e discutiu o que esperar deste caminho que estava sendo trilhado. Na segunda palestra, tivemos um panorama dos abrigos e das crianças que vivem lá. Na terceira, debatemos sobre as expectativas da adoção, sobre as origens das crianças aptas a serem adotadas, as questões psicológicas envolvidas neste processo e no processo da adoção tardia, além dos problemas da devolução de crianças. Na quarta, ouvimos sobre os mitos da adoção, a preparação dos pretendentes para o recebimento das crianças, o investimento afetivo e financeiro e a importância fundamental dos grupos de apoio à adoção.

Já na quinta e última palestra, foi discutida a questão da genética versus adoção. Em todos esses encontros, houve um fórum de discussão no qual a gente pôde conversar muito e tirar dúvidas. Nossa comarca ainda teve um "bônus", pois houve quatro encontros online com o grupo de apoio à adoção Laços Encontrados, em que tivemos ainda mais conhecimento e trocas de experiências. Após o curso, nos aproximamos do grupo de apoio à adoção e hoje faço parte da diretoria, auxiliando novos pretendentes a se prepararem para a chegada dos seus filhos.

Depois, fomos chamados para uma entrevista com a assistente social e o psicólogo do Fórum. Ambas as entrevistas foram tranquilas e importantes para consolidar ainda mais o perfil escolhido.

Resumindo, nós sabíamos que amor não escolhe idade e deixamos nosso perfil bem aberto. Em janeiro de 2021, nossa filha chegou. Ela tinha 10 anos e 10 meses e está conosco desde então. Tivemos a sorte de ser agraciados com uma filha linda e aberta à adoção. Ela pediu muito uma família e quando nos conheceu já dizia que éramos a família dela. Então, o vínculo foi forte, sincero e rápido.

Toda a nossa família extensa se apaixonou por ela e o sentimento que todos relatam é praticamente o mesmo: "parece que ela sempre esteve conosco". E hoje sei que ela já estava. Ela estava em nossos corações e por isso nós ansiávamos tanto por este encontro. Sinceramente, entrar no processo de adoção foi a melhor decisão que tomei na vida. Agora minha família está completa.

Andressa Gaya

Assista o vídeo.

Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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