Magistrados fazem acadêmicos entrarem na “cabeça de um juiz” durante evento em Joinville - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

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O sonho com a magistratura já faz parte do consciente da estudante de Direito do 4º período Tifani Gonçalves. “Tenho interesse desde o primeiro semestre em prestar o concurso, pretendo atuar na área civil ou do trabalho”, conta.

A mesma meta é almejada por Maria Eduarda Benkendorfflischka, do 10º período. Ela tem como certo que seguirá a carreira de juíza. “Eu ingressei na faculdade com esse objetivo. E vou seguir com ele”, garante.

As duas estudantes e mais dezenas de colegas do curso de Direito da Univille acompanharam atentamente a aula "Master Class Thinking Like a Judge", uma parceria da instituição com a Esmesc – Escola Superior da Magistratura do Estado de Santa Catarina, realizada na noite da última quinta-feira (11/11), em Joinville.

Durante a palestra, os acadêmicos ouviram relatos sobre a carreira da magistratura, como é o trabalho de um juiz, a estrutura e desafios do Poder Judiciário.

Para Beatriz Regina Branco, coordenadora do curso de Direito da Univille, não somente a formação teórica é importante, mas também a humana. “Quanto mais se conhecer de perto como os juízes pensam, sua rotina e suas experiências, mais real se torna a vivência para a formação dos nossos acadêmicos. Por isso consideramos eventos como este muito importantes”, analisa.

Já para o reitor Alexandre Cidral, iniciativas como esta constituem momentos de interação. “No caso específico desta palestra, os estudantes têm a oportunidade de interagir com profissionais de larga experiência e vislumbrar a perspectiva de carreira futura. Isso é enriquecedor na formação curricular”, destaca.

Um dos assuntos destacados na palestra e que gerou grande interesse foi sobre o curso preparatório da Esmesc, que está com nova turma prevista para iniciar em março de 2022. Como ex-aluno da escola, o juiz Frederico Andrade Siegel, atualmente titular da Vara dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais de Brusque e diretor de Extensões da Esmesc, relembra que se inscreveu no preparatório mesmo antes da aprovação na OAB, e foram cinco anos de muita dedicação. “Quem quer entrar para a magistratura, quanto antes iniciar o curso melhor. O preparatório é dividido em três módulos: o primeiro de conteúdo jurídico, com revisão da graduação. O segundo é focado em sentença penal e civil. E o terceiro é uma residência que oportuniza ao aluno trabalhar remuneradamente com um juiz durante dois anos”, explica.

Para o juiz Yhon Tostes, diretor do Foro de Joinville, ser magistrado está longe da glamorização do cargo e muito próximo de todos os estudantes que ali se encontravam. “Hoje, segundo estudo da AMB - Associação dos Magistrados Brasileiros -, 70% dos juízes têm origem humilde, com os pais em grande parte sem formação universitária. São pessoas que lutaram muito para chegar até o cargo. Então é possível, sim, essa conquista”, garante o magistrado.

E optar pelo caminho da magistratura é ter a consciência dos desafios. "O juiz é um profissional solitário, que trabalha muito, muda várias vezes de cidade, fica longe da família. Julga situações difíceis. Temos nossas vidas ameaçadas. Mas ao fim de uma intermediação de adoção, por exemplo, ver uma família completa faz todo o sentido”, analisa durante sua fala o juiz Luis Paulo Dal Pont Lodetti, da 4ª Vara Cível de Joinville.

E, após a palestra, até quem estava convicto da área a seguir depois da formatura mudou de ideia. Esse foi o caso do acadêmico do 10º período André Luis Batista. “Eu tinha certeza de que ia advogar, mas me interessou demais a magistratura. Estou repensando”, finalizou.

AGENDA: No próximo dia 22 de novembro, o “Thinking Like a Judge” será na Universidade Católica de Joinville.