Para comemorar os seus 90 anos, servidora aposentada faz ensaio fotográfico no fórum de Criciúma - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

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Voltar Para comemorar os seus 90 anos, servidora aposentada faz ensaio fotográfico no fórum de Criciúma
01 Abril 2022 | 14h20min
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A servidora aposentada Margarida Maria Teixeira dos Santos completa neste sábado (2/4) os seus 90 anos de idade. Para celebrar a data, resolveu fazer um ensaio fotográfico destacando os espaços que marcaram sua trajetória, locais onde trabalhou e, entre eles, onde exerceu a função de agente de serviços gerais por 20 anos até sua aposentadoria: o fórum da comarca de Criciúma.

A servidora ainda lembra de muitos colegas, juízes e servidores, e dos bons momentos que viveu no fórum. “Eu não queria sair mais de lá e até hoje, se fosse para voltar, eu voltava. Eu me sentia em casa.” Na memória também destaca a simplicidade de todos, juízes e servidores, na convivência e, segundo ela, no tratamento “sempre com muita delicadeza”. Margarida é enaltecida pelos colegas com quem trabalhou no fórum de Criciúma, como pela servidora aposentada Sirlei Mendes Fernandes. “Sempre tive muita admiração por ela, por sempre ser aquela amiga companheira nas tarefas que fazíamos juntas e em quem sempre podíamos confiar, uma grande guerreira.” A servidora Cirlei Maria de Souza Bellucco, que também trabalhou com Margarida, a descreve como uma amiga “comprometida, sincera, leal, responsável e batalhadora” e que amava trabalhar no Palácio do Estado, antigo endereço do fórum da comarca de Criciúma. 

A servidora Maria Marlene Marcelino Cardoso também lembra com carinho da colega, que em muitos dias era a primeira a chegar, abrir o fórum e já providenciar o primeiro café do dia. “Todo o tempo em que trabalhei no fórum com ela, vivemos dias felizes, tristes, rimos, choramos. Como era bom contar com sua amizade, carinho e apoio.” Uma lembrança afetiva de Marlene eram as comidas feitas por dona Margarida, especialmente o bolinho de chuva que a colega fazia. Já uma memória compartilhada com diversos colegas de sua época era o medo que Margarida tinha de entrar no salão do Palácio do Estado, pelo fato de terem ocorrido velórios de autoridades no local. 

Para a servidora Zolaide da Conceição da Silva, conhecida como Dinha, além da admiração pela colega está o fato de que foi graças à ajuda dela que entrou no Judiciário. Dinha era recém-casada, casou-se jovem, e Margarida foi ao seu casamento. Em outro momento, a questionou se ela gostaria de fazer o concurso que estava aberto para o fórum. “Me interessei, ela me explicou e fiz minha inscrição, mas não sabia o que estudar.” Foi quando a colega foi sua tutora e disse que a ajudaria nos estudos para o certame. “Ela sabia tudo, era impressionante, foi explicando e fui aprendendo. Passei graças ao que a dona Margarida me ensinou.” Dinha afirma que a colega estava sempre querendo ajudar, terminava um serviço e já ia auxiliar outro colega, além de saber o gosto de todos. “Desejo que ela chegue aos 100 anos de idade para mais, se Deus quiser.”

Natural de São Vicente (SP), Margarida chegou a Siderópolis com sua família por volta de 1945, atraída pela oportunidade de trabalho na extração do carvão. A família deixou o litoral paulista, e a vida em uma cidade já estruturada à época, para viver no sul catarinense em uma casa de pau a pique de barro, de chão batido, sem forro, às margens do rio e com iluminação à base de querosene. “Com o passar dos tempos fui trocando de emprego e me adaptando à vida sideropolitana, sempre guardando com muito carinho no coração as lindas recordações da minha terra natal”, relata.

Trabalhou desde sua adolescência como empregada doméstica e posteriormente na “mina do dia”, mina a céu aberto, como escolhedeira de carvão, cortadora de lenha e escolhedeira de forno de coque (derivado do carvão), além de costurar e bordar peças para vender e trabalhar como cozinheira nos restaurantes e lanchonetes de Criciúma e Siderópolis. Margarida ressalta sua gratidão a Deus por ser sideropolitana por mais de 70 anos. “Aqui conheci muitas pessoas que foram aprendizados na minha vida e formei raiz, pois encontrei o amor da minha vida, meu esposo, e fomos felizes por mais de 50 anos, até que em um triste dia a morte nos separou.” O esposo, Dário Leopoldo dos Santos, faleceu em 2001 aos 74 anos. 

Com mais de 40 anos, Margarida voltou a estudar - ela diz que sempre teve gosto pelo aprendizado e recebeu incentivo de seus filhos que estavam em idade escolar - e concluiu o ensino médio. Não conseguiu realizar o sonho de lecionar, mas, com dificuldade, formou as filhas e hoje é mãe orgulhosa de quatro professoras. Fez concurso público aos 49 anos, em 1981, e passou como primeira colocada para a função de agente de serviços gerais no fórum da comarca de Criciúma. Após 20 anos de atuação, se aposentou em 2002. Sua filha, Eliana dos Santos, afirma que a mãe consegue, com a sua força divina, atitude de coragem, humildade, perseverança, inteligência  e acolhimento, “estar entre as melhores pessoas desse mundo”. Torcedora do Santos, tem a leitura como hobby e é assinante e leitora fiel do jornal da região. Margarida teve oito filhos, dois em memória, 11 netos, 22 bisnetos e duas tataranetas, uma em memória. Neste sábado, para a celebração de seu aniversário de 90 anos, ela recebe familiares, amigos e também colegas da comarca de Criciúma em um café colonial na cidade de Siderópolis.

Imagens: Walesca Travassos
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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